quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

121 MUNICÍPIOS IMPOSSIBILITADOS DE FIRMAR CONVÊNCIO COM A UNIÃO

Dos 184 municípios do Ceará, pelo menos 121 estão impossibilitados de firmar convênios com a União, porque estão inadimplentes com o Governo Federal. Representando 65,7% do Estado, a porcentagem fica um pouco acima da média nacional, equivalente a 64,4%, indicando que 3.588 cidades brasileiras estão nesta situação. O levantamento é da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
As irregularidades são ocasionadas porque as prefeituras não conseguiram comprovar algum item da aplicação de recursos. A maioria das situações que constam como "não comprovadas" se refere à regularidade de contribuições previdenciárias ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Outra parcela de municípios não realizou a publicação do relatório resumido de execução orçamentária. O balanço saiu às vésperas do encontro da presidente Dilma Rousseff com os prefeitos do País, que reclamam maior autonomia orçamentária.
O Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas teve início ontem e segue até amanhã, em Brasília, sendo coordenador pela Secretaria de Relações Institucionais. Deve ser pautada no evento a realização de convênios entre municípios e União e há a expectativa de o Governo apresentar a revisão das dívidas municipais, com a redução do percentual de aumento.
Parceria
A presidente Dilma tem conversado com os prefeitos para esclarecer sobre as possíveis parcerias com o Governo Federal, a fim de viabilizar obras e outras iniciativas nos municípios.
Na semana passada, a chefe do Executivo federal recebeu o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, prometendo apoio às obras de mobilidade urbana da Capital cearense.
O economista Andrei Simonassi, professor da Universidade Federal do Ceará, explica que a única cidade do Estado que consegue manter aproximadamente 10% das despesas com arrecadações próprias é Fortaleza. Os demais municípios sequer chegam a 5% o pagamento de contas com recursos próprios. "Nesse caso, qualquer perda de transferência é desastrosa para os municípios", declara.  
No tocante à regularidade de contribuições do INSS, Simonassi adverte que as prefeituras têm "um problema sério de equilíbrio de folha", especialmente no final do ano, pois, para equilibrar o orçamento municipal, muitos gestores acabam autorizando uma grande quantidade de demissões.
Mesmo com o esforço do Governo Federal em ampliar a transparência de informações da gestão pública, os prefeitos, em especial dos municípios menores, ainda não conseguem acompanhar todas as exigências de prestação de contas. "A qualidade da gestão pública é um problema que não pode ser descartado. Mesmo com as empresas que prestam serviços às prefeituras, algumas delas não conseguem atender às exigências da União", explica Andrei.
Compensação
Outra questão reivindicada pelos prefeitos é de que haja uma maior independência orçamentária para os municípios. Para o economista, é necessário que haja maior "compensação" à perda das receitas dos municípios em caso de redução tributária, como ocorreu com a baixa do IPI. Entretanto, o especialista não é otimista em relação à independência dos municípios em relação à União. "É ingenuidade pensar que eles podem ganhar autonomia orçamentária. O único jeito é renegociar, rever essa pactuação", pontua.
Agravadas
Na avaliação do professor Andrei Simonassi, as irregularidades na prestação de contas podem ser agravadas caso o prefeito não consiga se reeleger ou deixar seu sucessor na administração. "No final de mandato, o gestor não está muito preocupado com o rigor na prestação, e sim em se reeleger. Se ele não consegue isso, deixa a prestação de contas à parte e o pagamento de funcionários comissionados também", esclarece. O quadro relaciona todos os municípios do Ceará da relação nacional.
Fonte: Diário do Nordeste

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ESTIAGEM NO NORDESTE DEVE SE PROLONGAR, DIZ INEP

A forte estiagem que castiga o Semiárido nordestino e os vales do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e do Mucuri, no Espírito Santo, tende a se agravar, por causa da instabilidade climática no Oceano Pacífico, que sugere possível manifestação do fenômeno La Niña, com redução das probabilidades de chuva no Nordeste nos próximos três meses.

A notícia foi dada pelo climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lincoln Muniz Alves, durante audiência pública ontem (6), na Comissão de Agricultura da Câmara, para discutir as consequências da seca na situação socioeconômica dos 1.315 municípios da região, dos quais 1.275 foram afetados significativamente, de acordo com mapa do Banco do Nordeste (BNB).

O superintendente de Políticas de Desenvolvimento do BNB, José Rubens Dutra Mota, disse que a situação “é de desolação” em quase todo o Nordeste, onde a produção agrícola caiu 22% em relação ao ano passado e o nível dos reservatórios de água estão abaixo de 38%, além das perdas relevantes de animais. Panorama que, segundo ele, afeta diretamente em torno de 10 milhões de pessoas.

Para aliviar um pouco esses efeitos, Mota disse que o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) criou linha de crédito emergencial no valor de R$ 1,5 bilhão, com foco principalmente nos pequenos produtores rurais. Do total, foram contratados R$ 1,189 bilhão até a semana passada, mas há demanda maior que a verba prevista, com base nas propostas em carteira, principalmente da agricultura familiar.

O representante do Ministério da Integração Nacional, Miguel Ivan Lacerda, da Secretaria de Programas Regionais, disse que “nunca se construiu tanta cisterna como neste ano no Semiárido nordestino”, onde foram instalados 25.852 reservatórios para consumo familiar. Como todos que participaram da audiência, ele reconhece que “a seca mexe com a vida das pessoas”, mas ressaltou que “a pobreza tem diminuído” em todos os estados do Nordeste.

O secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Guimarães, destacou a necessidade de mais investimentos em logística de abastecimento, ações articuladas nos três níveis de governo, distribuição de sementes e mais investimentos em irrigação para a produção de fruticultura e hortaliças, dentre outros.

Como exemplo de articulação com os estados, Guimarães citou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciou programa com o governo de Pernambuco para a compra de 8.450 ovinos e caprinos de pequenos criadores para abastecer escolas, creches, asilos e outras entidades sociais. A Conab gastou R$ 221 mil até agora na compra dos animais, abate e armazenamento da carne em embalagens a vácuo de 10 quilos. Para o secretário, ao mesmo tempo em que ameniza os efeitos da seca para o pequeno produtor, o programa também oferece uma alternativa de comercialização.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 6 de novembro de 2012

ESSA É BOA! ACONTECEU NO MATO GROSSO DO SUL

Gato de estimação é cadastrado no Bolsa Família

Um gato de estimação foi cadastrado no programa Bolsa Família na cidade de Antônio João, no Mato Grosso do Sul. Segundo reportagem publicada no jornal O Globo, o dono do animal é o coordenador do programa social na cidade, Eurico Siqueira, que está respondendo em duas ações na Justiça Federal. Uma delas pro “inserção de dados falsos no sistema da administração pública”. A outra ação é por improbidade administrativa.

A artimanha que deu até o sobrenome “Flores da Rosa” para Billy, o bicho de sorte, foi descoberta quando o cadastrado foi chamado ao posto de saúde para pesagem. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a senhora notificada informou ao agente de saúde que Billy era seu gatinho de estimação.

Chamada para esclarecimentos, “a sra. Raquel, ciente de que havia delatado o marido, informou que o correto seria (o nome) de um sobrinho”. Depois, para “frustrar as investigações”, o nome do sobrinho foi trocado pelo de uma sobrinha, e o da mulher de Eurico, pelo da cunhada. Segundo o MPF, Eurico confessou o cadastro do gato.

A publicação trouxe ainda uma série de irregularidades envolvendo o programa Bolsa Família, como um cadastrado que tinha em seu nome uma Land Rover.

FISCALIZAÇÃO

TCM finaliza primeiros relatórios da operação antedesmonte em seis municípios.

Entregues ontem à Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), documentos com o resultado da investigação feita em seis cidades passará por análise do MPE. As fiscalizações continuam.

O resultado das investigações conduzidas por equipes do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e do Ministério Público do Estado (MPE) para identificar situação de desmonte em prefeituras foi entregue em reunião na tarde de ontem ao procurador Maurício Carneiro, coordenador da Procuradoria dos
Crimes contra a Administração Pública (Procap).

Os documentos, relativos às cidades visitadas entre os dias 22 a 26 de outubro, passarão por análise durante a semana. O teor do encontrado em Barroquinha, Coreaú, Jucás, Antonina do Norte, Granja e Ibiapina ainda não foi divulgado e deverá vir a público com o fim do exame. A coordenação das equipes de fiscalização adiantou ao presidente do TCM, Manoel Veras, que a situação lhes pareceu “menos problemática do que antes”.

Veras credita essa análise preliminar otimista ao trabalho preventivo feito por TCM e MPE com gestores, dando “um conhecimento maior” das responsabilidades que eles devem ter em final de mandato e de suas consequências práticas. Após a consulta dos seis relatórios, caso algo grave tenha sido provado, os dois órgãos podem atuar independentemente para reverter o quadro.

No âmbito do TCM, é aberta a tomada de contas especial, em que o gestor será ouvido e julgado, tendo direito a recurso de reconsideração após o qual o processo é considerado terminado. No campo do MPE, o promotor da respectiva comarca terá os documentos necessários fornecidas pela Procap para entrar com ação civil, por improbidade administrativa, ou ação criminal - podendo ser pedido, inclusive, prisão do gestor.

Até agora, Carneiro afirma que foram recebidas 25 denúncias. A maior parte delas partiu de futuros gestores, mas também de membros de Câmaras Municipais e, em menor número, de cidadãos. Neste momento, os relatórios sobre Acopiara, Icó, Baturité, Pacajus e Uruburetama estão em fase de preparação. A partir de ontem, novas cidades passaram a ser fiscalizadas. Até 7 de novembro, Ararendá e Tianguá terão contas pesquisadas. Dos dias 7 a 9 deste mês, Itatira e Uruoca recebem órgãos de controle. De 5 a 9, é a vez de Crato.

ENTENDA A NOTÍCIA

O objetivo é evitar que gestores dilapidem o patrimônio público de municípios antes de transferir a gestão para as mãos de adversários. Em alguns casos, documentos são queimados e veículos, depredados.

Saiba mais

A diretoria de fiscalização do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) listou as 30 principais irregularidades detectadas em transições de governos em 2008. Entre elas, omissão na remessa das prestações de contas ao TCM, pagamentos sem nota fiscal e recibo, recibos e cheques assinados em branco, sucateamento e desaparecimento de bens públicos, péssimas condições de transporte escolar e contratações irregulares, sem motivação, inclusive no período eleitoral.
 
Caso o cidadão identifique situação semelhante em seu município, pode formalizar sua denúncia por meio de canal criado o Ministério Público do Estado (MPE) para isso. Por meio de cadastro anônimo no site www.mpe.ce.gov.br, o internauta discrimina os fatos que podem configurar desmonte. Às sextas-feiras, MPE e TCM se reúnem para discutir quais cidades serão fiscalizadas também com base nesses relatos.
Descaso em Araripe aumenta sofrimento da população com a seca
 Poço profundo está desativado há 02 anos por falta de uma bomba

Madson Vagner

A forma como os órgãos públicos, como a prefeitura, tem tratado a questão da seca no município de Araripe, tem causado indignação em observadores e na população, principalmente, da zona rural.

O abastecimento de água em localidades como na Serra do Motor, situada no eixo norte do município está um verdadeiro descaso alimentado pela exploração. Segundo o agricultor conhecido por Everardo, filho do Senhor Chico Firmino, residente na serra, é preciso pagar pela carga d´água o valor de R$ 100. A água deveria ser distribuída de graça por órgãos como a Defesa Civil, ligada à prefeitura.

Na comunidade existe um poço profundo que poderia resolver em parte a situação das famílias do local. Mas, o poço está desativado, aproximadamente, há dois anos, segundo informações, por falta de uma bomba. O poço desativado, o descaso das autoridades e a necessidade da população, acabam estimulando e obrigando as famílias se renderem ao carro pipa particular.

O apelo ao Governo do Estado, para que intervenha na situação e tome providências enérgicas, baseado na lamentável e inadmissível situação, vem do advogado Francisco Ione Pereira de Lima. Ele finaliza a denuncia dizendo que os agricultores da Zona Rural do Município de Araripe, clamam por socorro.
Uma gestão sem prioridades

O que vemos no município de Araripe é um exemplo de gestão sem compromisso com o pequeno. Grande parte dos moradores de zona rural, seja em qualquer município, é composta de pessoas de baixo poder aquisitivo. E comprar água, por um valor de R$ 100 a carga que, geralmente, dura uma semana, é algo desumano.

Até podemos questionar o porquê dos moradores não se juntarem para, invés, de comprar a água, comprar ou concertar a bomba. Mas, não podemos esquecer que essa é uma tarefa do município, além, do que com mais de dois anos fechado, o poço deve precisar de mais que uma bomba nova.

Outra coisa que nos chama atenção é o fato de que o poço, provavelmente, foi feito com recursos do projeto São José, que pelo visto, não faz um acompanhamento das suas obras. Caso tivesse o compromisso de acompanhar o que fez, evitaria situações como essa. Se não com a interferência direta, mas se colocando cobrador do município, beneficiado com a obra.

Mas, a verdade é que a população do Araripe está sofrendo e totalmente abandonada. E o que se tira de lição dessa situação de sofrimento do povo do município é que, não basta fazer, tem que existir a preocupação com a manutenção; e não basta ter discurso e se reeleger, é preciso cumprir o que prometeu. E o prefeito de Araripe não tem cumprido o que prometeu. E, pior, tem abandonado o povo que o elegeu e reelegeu. Não é justo!

Fonte: Site Miséria

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

SANTANA DO CARIRI

Câmara pode cassar prefeito ainda hoje

O prefeito de Santana do Cariri, Beto Garcia (PSD), pode ser afastado em definitivo do cargo ainda hoje. A Câmara Municipal está reunida desde as 10 horas da manhã e deve concluir a pauta próximo às 15 horas da tarde.

Beto Garcia assumiu a prefeitura em janeiro, após de renuncia do então prefeito eleito Jesus Garcia. Beto é filho de Jesus que, segundo comentários, teria deixado o cargo para fortalecer o filho para pleitear a reeleição.

Esse não é o primeiro processo de cassação contra Beto. Em maio deste ano, ele foi cassado por seis votos a três, por improbidade administrativa. Segundo vereadores que participaram da sessão Beto teria fraudado processos de licitação. O prefeito conseguiu retornar ao cargo por meio de liminar. Agora, além de ter perdido a eleição para Daniele Machado (PSL), pode ser cassado pela Câmara.

Na sessão de hoje, segundo comentários de bastidores, a tendência é que o prefeito deve ser cassado em definitivo. Por conta do impasse político, servidores denunciam causando pânico na cidade e nas dependências da Prefeitura. Segundo alguns servidores os salários estão atrasados e com o afastamento pode piorar ainda mais a situação.

FONTE: Site Miséria

TCM E MP RECEBEM DENUNCIAS E INVESTIGAM PREFEITURAS

A fiscalização está sendo feita nos municípios de Baturité, Uruburetama, Icó, Acopiara, Pacajus e Santa Quitéria, onde existem denúncias de demissões, suspensão de serviços e redução do ritmo de atividades
Por: Mário Silva
Técnicos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e representantes do Ministério Público Estadual estão em cidades do Interior do Ceará para acompanhar as denúncias de desmonte da estrutura administrativa das prefeituras. As denúncias surgem em cidades onde os atuais prefeitos não conseguiram se reeleger ou não elegeram os sucessores.
O coordenador da Procuradoria dos Crimes Contra à  Administração Pública (Procap) do Ministério Público Estadual, procurador Maurício Carneiro, em entrevista, nesta quarta-feira (1º), ao Jornal Alerta Geral (FM 104.3 – Grande Fortaleza), revelou que, atualmente, a fiscalização está sendo feita nos municípios de Baturité, Uruburetama, Icó, Acopiara, Pacajus e Santa Quitéria, onde existem denúncias de demissões, suspensão de serviços e redução do ritmo de atividades.

Fonte: Site Ceará Agora

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Gado morre de fome e sede nos sertões do Ceará e Pernambuco



A dor que invade a barriga de muitas famílias pobres residindo em bolsões de miséria nas periferias das cidades não difere daquela que toma conta dos animais igualmente sem água para saciar a sede ou o alimento a fim de mitigar a fome. Nos sertões do Ceará e Pernambuco, o gado está morrendo de fome e sede. O que, antes, era apenas uma ameaça, tornou-se realidade e as conseqüências da seca já são dramáticas.

As chamadas chuvas das frutas nunca foram tão desejadas, mas não vieram este ano. Sem água não há pasto e os animais que se deitam por conta da fragilidade já não conseguem mais se levantar para saírem na busca do alimento que já não havia encontrado antes. O olhar deles entristece a qualquer um por tocar dentro da alma diante da idéia clara que pede algo para mitigar sua fome e sede.

A temperatura é cada vez mais elevada e os reservatórios estão secos. Os pequenos pecuaristas não têm mais o que fazer e já estão tomados pela tristeza de ver seu rebanho reduzindo a cada dia. Pior que isso: com a dor de quem vê o animal sentir vontade de comer e não ter o que dar para este. É como se ele sentisse, também, essa mesma dor da fome em sua barriga.
O gado espera o socorro que não vem até o momento de dar o último suspiro e ali deitar a cabeça e morrer num retrato triste e cruel que maltrata os animais e humilha o homem forte do sertão por se sentir enfraquecido. As áreas de pastos que, antes, representavam fartura transformaram-se num cemitério de animais. Um dos pecuaristas a conviver com esse drama é Djalma Cidrin, de 68 anos, dono da Fazenda Serrita no Pernambuco, que está deprimido e recolhido à sua residência.

Ela fica a uma distância de 6 km da divisa com o Ceará e 22 Km para o centro de Jardim. No início da estiagem o fazendeiro tinha rebanho de aproximadamente 1000 cabeças de gado. Hoje é bem menos, pois todos os dias morrem cerca de 20 animais. Domingo o empresário e pecuarista, Dedé Tavares, foi até lá ver a situação de perto com o genro e médico, Giovane Sampaio, que lamentou o fato de Djalma não ter conseguido captar empréstimo bancário para comprar ração e salvar o seu rebanho.

FONTE: Miséria

RISCO

Operação desmonte de prefeituras visitará 142 municípios

Será um trabalho conjunto do MP e TCM fiscalizará a matriz de risco
Uma operação conjunta do Ministério Público do Estado do Ceará e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) será desencadeada em 142 municípios cearenses. A finalidade é combater o desmonte nas prefeituras. É a chamada matriz de risco em que os atuais gestores municipais ou não se reelegeram ou não conseguiram eleger seu sucessor.
Esse trabalho conjunto visa dar mais celeridade aos processos de combate a possíveis desmontes de prefeituras. Durante esta semana, o TCM disponibilizará dez equipes multidisciplinares, cada uma formada por sete técnicos das áreas de contabilidade, engenharia e controle de pessoal.
Inicialmente, as fiscalizações especiais de urgência investigarão seis municípios nas seguintes datas: nos dias 22 a 24 serão fiscalizadas as prefeituras de Coreaú, Jucás e Barroquinha. Em seguida, nos 24 a 26, serão investigadas as prefeituras de Ibiapina, Antonina do Norte e Granja.

FONTE: Ceará Agora

NO CEARÁ

Procap e MP irão iniciar operação para coibir desmonte

A operação começará nesta segunda-feira, 22 de outubro, e deverá terminar no dia 14 de dezembro.
 
As denúncias de irregularidades em Prefeituras de municípios no Interior do Estado irão levar o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e o Ministério Público Estadual (MPE), através da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) a realizar inspeções especiais, com a finalidade de coibir os desmontes promovidos por atuais prefeitos que não conseguiram se reeleger no último pleito, ou eleger um candidato político apoiado.
Essas novas medidas serão iniciadas a partir de segunda-feira próxima, para apurar possíveis práticas de desestruturação das máquinas públicas municipais.
Entre as práticas, estão sucateamento da frota de veículos, máquinas e equipamentos; doação ilegal de bens móveis e imóveis pertencentes ao patrimônio dos municípios; saques nas contas correntes das prefeituras sem comprovação de despesas; contratação de obrigações das despesas sem disponibilidade financeira e atraso no pagamento de servidores.
A operação será realizada a partir desta segunda-feira e se estenderá até o dia 14 de dezembro. Para essa ação, o TCM disponibilizará 70 técnicos das áreas de contabilidade, engenharia e pessoal que serão distribuídos em 10 equipes de fiscalização. Nas investigações, cada equipe contará com um promotor de justiça.
Os relatórios das equipes de fiscalização serão avaliados em reuniões a serem realizadas todas as sextas-feiras por integrantes do Procap e do TCM. Dependendo da situação, poderão ser interpostas ações de improbidade administrativa, com o possível afastamento de prefeitos e até ações criminais que podem resultar na prisão de prefeitos. Os relatórios das inspeções especiais serão disponibilizados uma semana depois da fiscalização.

Fiscalização
Serão prioridades para a fiscalização os municípios objeto de denúncias ao MP Estadual ou ao TCM, bem como aqueles que, nas inspeções ordinárias do TCM, forem identificadas ações de desmonte.
Os 142 municípios cearenses que elegeram novos prefeitos integram a matriz de risco onde pode haver fiscalização. Nem todos serão fiscalizados porque o risco de desmonte é menor onde o prefeito elegeu o sucessor. O levantamento dos municípios onde o prefeito não foi reeleito nem conseguiu eleger um candidato político de seu apoio, ainda está sendo feito.
Além da fiscalização, no dia 19 de novembro, será realizada uma reunião na sede do TCM com os prefeitos eleitos, para novas orientações.
Uma cartilha sobre as Obrigações Legais na Transição Governamental nos Municípios, está sendo elaborada para os gestores municipais e foi encaminhada ao Ministério Público Estadual. Esta ferramenta conta com os principais pontos que devem ser observados pelas administrações no período de transição. Será também um auxílio na fiscalização realizada pelos promotores.

FONTE : Ceará Agora

BRASIL

TSE aponta como preocupante o número de eleitores ausentes nas Eleições

O alto índice de abstenções pode estar relacionado ao fato do eleitor não ter seu candidato do primeiro turno na disputa final pelas prefeituras.
Nas Eleições Municipais deste ano em seu Primeiro Turno foi registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o número de abstenção de 16,41%, já no Segundo Turno o número chegou a 19,11%.
O alto índice de eleitores que não compareceram às urnas para votar é preocupante para o TSE que busca avaliar quais os principais motivos das ausências.
A presidente do TSE, Cármen Lúcia Antunes Rocha, avalia como preocupante o índice de abstenção registrado "Cabe agora aos órgãos da Justiça Eleitoral e aos cientistas políticos fazerem uma avaliação", disse. "Toda abstenção não é boa", completou.
Esse é o tema do editorial do jornalista Luzenor de Oliveira, no Jornal Alerta Geral de hoje.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

PERDA DE MANDATO ELETIVO

PROCESSO:
PET Nº 49842 - Petição UF: CE
TRE
Nº ÚNICO:
49842.2011.606.0000
MUNICÍPIO:
CAMPOS SALES - CE N.° Origem:
PROTOCOLO:
823062011 - 04/11/2011 09:14
REQUERENTE:
LUIZ ALVES FERNANDES, suplente de vereador
REQUERENTE:
LUIZA HELENA DE SOUZA ALVES, suplente de vereador
ADVOGADO:
Francisco de Alencar Andrade
ADVOGADA:
Rita de Cássia Alencar Andrade
REQUERIDO:
CÉSAR CALS DE ANDRADE COSTA, vereador
REQUERIDO:
AFONSO CARLOS RODRIGUES TIMÓTEO FILHO, vereador
ADVOGADO:
Fabricio Moreira da Costa
RELATOR(A):
JUIZ CID MARCONI GURGEL DE SOUZA
ASSUNTO:
AÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO POR DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA - PEDIDO DE CASSAÇÃO/PERDA DE MANDATO ELETIVO - PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR
LOCALIZAÇÃO:
GAJU4-GABINETE DO JURISTA 1 - CID MARCONI GURGEL DE SOUZA
FASE ATUAL:
08/06/2012 16:52-Enviado para SPRO3. Com decisão



Despacho
Decisão Monocrática sem resolução de mérito em 06/06/2012 - PET Nº 49842 Juiz CID MARCONI GURGEL DE SOUZA
Trata-se de expediente autuado nesta Corte como Petição, mas referente a Ação de Perda de Cargo Eletivo por infidelidade partidária oferecida por LUIZ ALVES FERNANDES E LUIZA HELENA DE SOUZA ALVES, em face de CÉSAR CALS DE ANDRADE COSTA e AFONSO CARLOS RODRIGUES TIMÓTEO FILHO, ambos Vereadores eleitos nas Eleições 2008 no Município de Campos Sales, com fundamento na Resolução-TSE nº 22.610/2007.

Em decisão liminar de fls. 26/28, indeferi a liminar pleiteada para o afastamento das dos Vereadores Requeridos.

Às fls. 41/51 está acostada, em peça única, a defesa dos Requeridos, mediante as quais suscitam preliminares de ausência de citação do Partido, litisconsórcio passivo necessário e ilegitimidade ativa dos Requerentes. No mérito, alegam justa causa para a desfiliação partidária, em razão de discriminação pessoal. Pugnam, assim, pelo acolhimento das preliminares argüidas, com a conseqüente extinção do feito, sem julgamento do mérito ou, caso contrário, pela improcedência da presente ação.

Instada a se manifestar acerca das preliminares argüidas, a Procuradoria Regional Eleitoral, em parecer de fls. 309/312, rejeitou as prefaciais ofertadas.

É o breve relato.

Decido.

Os Requerentes buscam através da presente ação a decretação da perda de cargo eletivo dos Srs. César Cals de Andrade Costa e Afonso Carlos Rodrigues Timóteo Filho, Vereadores eleitos nas Eleições 2008, pela legenda do PSDB, no Município de Campos Sales.

A pretensão autoral está fundada na Resolução-TSE nº 22.610/2007, consoante art. 1º, caput, nos seguintes termos, verbis:

"Art 1º. O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa."





Mais à frente, a referida Instrução Normativa especifica quais são os demandados da referida lide, conforme se vê do art. 4º, verbis:

"Art. 4º. O mandatário que se desfiliou e o eventual partido em que esteja inscrito serão citados para responder no prazo de 5 (cinco) dias, contados do ato da citação."





Verifica-se, assim, a disposição expressa de litisconsórcio passivo necessário para a ação de decretação de perda de cargo por infidelidade partidária, qual seja, o suposto mandatário infiel e o partido para o qual houve a censurada migração.

No caso em comento, os Requerentes não se desincumbiram do ônus de requererem, na presente petição inicial, a citação do Partido para o qual migraram os Requeridos, pugnando apenas pela citação dos demandados, em desacordo com o art. 4º, caput, da Resolução-TSE nº 22.610/2007, conforme se vê, fls. 12/13, verbis:

"(...) Ante os pressupostos de cunho fático e jurídico ora aduzidos, requerem: (...)

b) a citação dos Requeridos, para, querendo, apresentarem defesa sob pena de, em não o fazendo, ser decretada suas revelias, sofrendo também os efeitos da confissão ficta;

c) requer seja recebida e processada a presente, com dispensa de preparo em virtude de lei, bem como a integral procedência da ação, nos termos em que foi proposta, decretando-se a extinção do Mandato dos Vereadores CESAR CALS DE ANDRADE COSTA e AFONSO CARLOS RODRIGUES TIMOTEO FILHO, e oficiando-se à Câmara Municipal de Campos Sales/CE, para que dê posse aos requerentes sendo os suplentes/requerentes que fazem jus ao direito aos mandatos dos Vereadores requeridos. (...)."



Manifesto, portanto, o equívoco cometido pelos Srs. Luiz Alves Fernandes e Luiza Helena de Souza Alves ao não incluirem, no pólo passivo da demanda, o Partido para o qual migraram os Requeridos César Cals de Andrade Costa e Afonso Carlos Rodrigues Timóteo Filho.

O Tribunal Superior Eleitoral já se pronunciou sobre o tema quando do julgamento da Petição 3019, conforme abaixo ementado, verbis:

"Ementa. Petição. Eleições 2006. Ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária sem justa causa. Deputado Federal. Procedência. (...)

4. A inclusão de litisconsorte necessário no polo passivo da demanda pode ser feita até o fim do prazo para o ajuizamento da ação, estabelecido no art. 1º, § 2º, da Res.-TSE nº 22.610/2007. (...)" (PET 3019, Rel. Min. Aldir Guimarães Passarinho Júnior, DJ - 13/09/2010, pág. 62)



A questão em debate foi devidamente analisada pelo Tribunal Superior Eleitoral, na apreciação do Recurso Ordinário 2204, verbis:

¿Ementa. Recurso ordinário. Pedido de perda de cargo eletivo. Infidelidade partidária.

1. Assumindo o cargo de deputado estadual e estando o interessado, à época, filiado a partido político, o processo eleitoral em que se discuta eventual infidelidade partidária haverá de ser integrado pelo respectivo partido político, sob pena de nulidade.

2. Decorrido o prazo estipulado na Res.-TSE n° 22.610/2007, sem a citação de litisconsorte passivo necessário, deve o processo ser julgado extinto.

Processo extinto sem julgamento de mérito." (RO 2204, Rel. Min. Arnaldo Versiani Leite Soares, DJ - 20/09/2010, pág. 16-17)



Naquela ocasião, o Relator Ministro Arnaldo Versiani destacou que, em tais casos, há a necessidade de citação do Partido para o qual houve a migração atacada, o qual também suportaria a perda de um cargo eletivo.

Reproduzo, aqui, trechos do voto do Ministro Relator, verbis:

"(...) A Res.-TSE nº 22.610/2007 exige a citação do "mandatário que se desfiliou" e do "eventual partido em que esteja inscrito" para responder, de acordo com o seu art. 4º, caput. (...)

Mesmo assim, porém, vigora a regra geral do art. 47, caput, do CPC, segundo a qual há "litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsórcios no processo"

Parece-me inegável que, tendo o recorrente assumido o cargo de deputado estadual e estando ele filiado a partido político, o processo eleitoral onde se discuta eventual infidelidade partidária haverá de ser integrado pelo respectivo partido político ao qual ele é filiado. (...)

Em outras palavras, o partido político também sofrerá as conseqüências da perda do cargo eletivo, porque terá a sua representação diminuída ou, eventualmente, extinta, caso não possua outra cadeira.

Nessas condições, e especificamente para os processos que tratem de infidelidade partidária, penso estar-se diante de litisconsórcio necessário, devendo o partido político ser chamado desde a instauração do processo. (...)

O prazo para propositura da ação é de trinta dias para o titular - o partido. Entendo, então, que, se é litisconsorte necessário, decorrido o prazo, não pode mandar citar. É como nos casos de vice. (...)"





Na ocasião do retrocitado julgamento o Ministro Marcelo Ribeiro endossou o posicionamento do Ministro Arnaldo Versiani sobre o tema em debate, ressaltando que, na ausência da citação de litisconsorte, sequer o Juiz poderá fazê-lo de ofício, conforme se vê, verbis:

"(...) A ação foi proposta dentro do prazo, mas de maneira errada. Se se admitir que o juiz mande citar litisconsorte, de ofício, ou que se mande emendar a inicial, será uma forma de ultrapassar o prazo decadencial. (...)"





Caso análogo ao dos autos, oferecido justamente pelo PSDB, em face do Deputado Federal Manoel Salviano Sobrinho, foi analisada recentemente pelo Ministro Arnaldo Versiani, que assim deliberou, em data de 13/12/2011, verbis:

"(...) No caso, cuida-se de pedido de decretação de perda de cargo eletivo formulado pelo PSDB contra o Deputado Federal Manoel Salviano Sobrinho.

O parlamentar suscitou preliminar de extinção do processo, porquanto não teria sido indicado o PSD para figurar no polo passivo da demanda, partido para o qual teria migrado.

Na inicial, o autor argumenta que, "ao requerer sua desfiliação, o representado não externou qualquer motivação para o ato, o que impede a caracterização da justa causa para a desfiliação" (fl. 3). Acrescenta que, "quando muito, o requerido poderia argumentar que estaria interessado em se filiar a um partido em criação [...]" (fl. 3).

Na espécie, verifico que, conforme certidão emitida pela Justiça Eleitoral e apresentada pelo autor, Manoel Salviano Sobrinho formulou seu pedido de desfiliação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em 3.10.2011, filiando-se ao Partido Social Democrático (PSD) na data de 6.10.2011 (fl. 11).

Nos processos de perda de cargo eletivo o partido ao qual o parlamentar tenha se filiado se torna litisconsorte necessário, em conformidade com o art. 4º da Res.-TSE nº 22.610/2007, o qual diz que "o mandatário que se desfiliou e o eventual partido em que esteja inscrito serão citados para responder no prazo de 5 (cinco) dias, contados do ato da citação."

A ação foi proposta no dia 3.11.2011 (fl. 2) sem o pedido de citação do partido ao qual o representado se filiou, cuja inclusão ainda seria admitida até o final do prazo estipulado pelo § 2º do art. 1º da Res.- TSE nº 22.610/2007.

Assim, decorridos os 30 dias previstos na referida disposição regulamentar e não tendo sido incluído a legenda para a qual o parlamentar migrou, forçoso reconhecer a necessidade de extinção do processo.

Colho da jurisprudência deste Tribunal a seguinte decisão de minha relatoria:

Recurso ordinário. Pedido de perda de cargo eletivo. Infidelidade partidária.

1. Assumindo o cargo de deputado estadual e estando o interessado, à época, filiado a partido político, o processo eleitoral em que se discuta eventual infidelidade partidária haverá de ser integrado pelo respectivo partido político, sob pena de nulidade.

2. Decorrido o prazo estipulado na Res.-TSE n° 22.610/2007, sem a citação de litisconsorte passivo necessário, deve o processo ser julgado extinto.

3. Processo extinto sem julgamento de mérito. (Recurso Ordinário nº 2204, Acórdão de 24/06/2010, Relator (a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 20/9/2010, Página 16-17) (grifo nosso).

A propósito, destaco a manifestação da Procuradoria-Geral Eleitoral (fl. 44):

Da análise dos autos, extraio que a desfiliação do representado ocorreu na data de 03.10.2011. A data de filiação ao Partido Social Democrático é 06.10.2011 (fl.11), anterior, portanto, ao ajuizamento da presente representação, que ocorreu em 03.11.2011.

Como é cediço, nas representações por infidelidade partidária, o partido ao qual o mandatário representado esteja inscrito, deve ser citado na qualidade de litisconsórcio, consoante determina a Resolução 22.610/2007, em seu art. 4º, caput. A inclusão do litisconsorte necessário no polo passivo da demanda pode ser feita até o fim do prazo para o ajuizamento da ação, qual seja, 30 dias (art. 1º, § 2º, da Res.-TSE nº 22.610/2007).

In casu, a inicial foi ajuizada exclusivamente em face do mandatário, Manoel Salviano Sobrinho. Não tendo o representado requerido a intimação do Litisconsorte necessário, impõe-se a extinção da ação.

Pelo exposto, com fundamento no art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao pedido, extinguindo o processo, sem resolução de mérito, dada a configuração da decadência."





Da leitura da decisão acima reproduzida, verifica-se que os termos da inicial ali examinada são exatamente os mesmos da exordial nos presentes autos, notadamente, "(...) ao requerer sua desfiliação, o representado não externou qualquer motivação para o ato, o que impede a caracterização de justa causa para a desfiliação (...)" e "(...) quando muito, o requerido poderia argumentar que estaria interessado em se filiar a um partido em criação (...)" , fl. 03.

Na espécie, ambos os Requeridos filiaram-se ao PMDB em 20 de setembro de 2011, conforme Certidões do Sistema Filiaweb, em anexo, de sorte que, na data da propositura da ação em tela, 04 de novembro de 2011, fl. 02, os mandatários demandados, desfiliados do PSDB, já se encontravam nas fileiras de um novo Partido, no caso, o PMDB.

De acordo com a Certidão de fl. 31, subscrita por servidor do Cartório Eleitoral da 38ª ZE - Campos Sales - os pedidos de desfiliação do PSDB dos Requeridos datam de 08 de setembro de 2011.

Destarte, o PSDB tinha até o dia 08 de outubro para ajuizar a ação de perda de cargo eletivo por infidelidade partidária contra os ora demandados, o que não ocorreu. Passou, assim, a partir de então a contagem do prazo de 30 (trinta) dias para o Ministério Público Eleitoral ou quem tenha interesse jurídico apresentar a referida ação.

Os Srs. Luiz Alves Fernandes e Luiza Helena de Souza Alves propuseram a ação em tela, em tempo hábil, mas sem requerimento da citação do PMDB, partido para o qual migraram os Requeridos.

É certo que, posteriormente, apresentaram tal requerimento, fls. 314/315, porém, completamente a destempo do prazo de 30 (dias) para o ajuizamento do feito, a saber em 31 de janeiro de 2012, fl. 314.

Dessa forma, não houve observância, por parte dos Requerentes quanto às regras da Resolução-TSE nº 22.610/2007, que dispõe expressamente acerca da necessidade de citação do suposto mandatário infiel e do Partido para o qual migrou para compor o pólo passivo da demanda, no prazo de 30 (trinta) dias, de acordo com o art. 1º, § 2º da retrocitada Instrução.

Trago, por fim, no mesmo sentido, recente jurisprudência dos Tribunais Regionais Eleitorais de Minas Gerais e São Paulo, conforme julgados abaixo ementados, verbis:

¿Ementa. Agravo regimental. Petição. Ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária. Decisão que negou seguimento a pedido. Art. 69, XXV, do Regimento Interno do TRE-MG.

Alegação de que não teria ocorrido a decadência, uma vez que a ação foi proposta no prazo.

Litisconsórcio necessário. Art. 4º, da ResoluçãoTSE 22.610/2007. Ausência de pedido de citação do partido ao qual o requerido se filiou. Esgotamento do prazo decadencial. Impossibilidade de emenda, caso contrário, estar-se-ia admitindo a propositura da ação contra o partido em data posterior ao fim do prazo. Em se tratando de litisconsórcio necessário, a ação não pode ser proposta apenas contra o parlamentar que se desfiliou. Precedente do Tribunal Superior Eleitoral.

Agravo regimental não provido." (TRE-MG, Ag-PET 129098, Rel. Juiz Maurício Soares, DJ - 31/01/2012)



¿Ementa. Ação com escopo de perda de mandato eletivo por desfiliação partidária sem justa causa. Arguições preliminares de ilegitimidade ativa e falta de interesse processual afastadas. Decadência. Reconhecimento. Emenda à petição inicial após consumação do lapso deadencial. Impossibilidade. Extinção do processo com resolução de mérito. Artigo 269, inciso IV, do Código de Processo Civil. Partido Social Liberal (PSL) que não ajuizou a ação apropriada no período oportuno. Assim, presente está a legitimidade ativa subsidiária do Ministério Público para a propositura de ação de decretaçaõ de perda de cargo eletivo por desfilição partidária em conformidade ao artigo 1º, § 2º, da Resolução 22.610/2007 do Tribunal Superior Eleitoral. Interesse processual do Ministério Público Eleitoral em razão de incumbir-lhe a defesa do regime democrático e de interesses sociais, assim como o exercício de outras funções compatíveis à respectiva finalidade, nos termos dos artigos 127, caput, e 129, IX, da Constituição Federal e 1º, § 2º, dessa Resolução. Precedente do Tribunal Superior Eleitoral. Procuradoria Regional Eleitoral que não formulou pedido para citação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), litisconsorte passivo necessário, no prazo decadencial de trinta (30) dias subsequente ao transcurso do destinado exclusivamente aos Partidos (Artigo 1º, § 2º, combinado com o artigo 4º, caput, da Resolução 22.610/2007 do Tribunal Superior Eleitoral). Impossibilidade de emenda à petição inicial mediante a citação desse partido (PSDB) nesta oportunidade, pois o prazo decadencial não pode ser suspenso e nem tampouco interrompido. Ademais, tinha a autoria, Procuradoria Regional Eleitoral, ciência da filiação do requerido ao novo Partido antes da propositura desta ação. Precedente deste egrégio Tribunal e do egrégio Tribunal Superior Eleitoral. Extinção do processo com resolução de mérito, verificada a decadência." (TRE-SP, DIV 191050, Rel. Juiz José Antonio Encinas Manfré, DJ - 24/02/2012)



Mais recentemente, ainda, o mesmo entendimento foi novamente confirmado em decisão da lavra do Ministro Arnaldo Versiani - RO 102074 - oportunidade em que salientou que a citação do listisconsorte, nas ações de perda de cargo eletivo por infidelidade partidária, deve ocorrer dentro do prazo decadencial para o ajuizamento da demanda, seja pelo autor da ação ou por determinação do Juízo. Vejamos.

"(...) No caso em exame, extraio da decisão individual do relator no Tribunal a quo, transcrita no acórdão regional (fls. 135-137):

Trata-se de ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária proposta pelo Partido Trabalhista Brasileiro em face de Aline Aires de Souza, Vereadora, sob alegação de que esta teria se desfilado de seus quadros sem qualquer justa causa, razão pela qual requereu a perda do mandato eletivo por ela ocupado. (...)

A fl. 16, determinei a intimação do requerente para que emendasse a inicial, no prazo de 3 dias, sob pena de indeferimento. A inicial foi emendada, a fl. 18, com o requerimento de citação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro. (...)

Ocorre que, no caso dos autos, a emenda à inicial só se efetivou no dia 7/11/2011, ou seja, após o transcurso do prazo decadencial previsto no § 2º do art. 1º da Resolução do TSE nº 22.610/2007, uma vez que a desfiliação ocorreu em 4/10/2011.

Segundo Já decidiu o c. Tribunal Superior Eleitoral, será possível a emenda da inicial para a inclusão de litisconsorte passivo necessário apenas se efetivada dentro do prazo decadencial previsto na Resolução do TSE nº 22.610/2077.

Por sua vez, a Corte de origem manteve decisão individual que extinguiu a ação, em virtude da decadência, acrescendo-se os seguintes fundamentos (fls. 137-138):

Ao contrário do sustentado pelo agravante, insta salientar que a determinação para que a inicial fosse emendada em determinado prazo não possui o condão de suprir, por si só, o vício consubstanciado na inclusão do litisconsorte após o esgotamento do prazo decadencial. Para tanto, era necessário que, além de realizada dentro do prazo de três dias fixados no despacho, a emenda fosse concretizada dentro do prazo decadencial para o manejo da ação.

Assim como não se pode falar em suspensão ou interrupção do prazo decadencial, também não se vislumbra qualquer ofensa aos dispositivos constitucionais invocados pelo agravante.

Isso porque, conforme já dito, a determinação para que a inicial fosse emendada não gera direito adquirido ao processamento da ação, caso a emenda se dê após o decurso do prazo decadencial. Por outro lado, também não há falar em violação ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório, que foram devidamente respeitados no caso sub examine.

Por fim, cumpre registrar que o precedente citado se assemelha à hipótese dos autos, uma vez que a inclusão do litisconsorte deve ocorrer dentro do prazo decadencial para a propositura da ação, seja por iniciativa do autor ou por determinação do juízo.

A decisão regional está em consonância com a jurisprudência desta Corte, da qual cito os seguintes precedentes:

Recurso ordinário. Pedido de perda de cargo eletivo. Infidelidade partidária.

1. Assumindo o cargo de deputado estadual e estando o interessado, à época, filiado a partido político, o processo eleitoral em que se discuta eventual infidelidade partidária haverá de ser integrado pelo respectivo partido político, sob pena de nulidade.

2. Decorrido o prazo estipulado na Res.-TSE n° 22.610/2007, sem a citação de litisconsorte passivo necessário, deve o processo ser julgado extinto.

Processo extinto sem julgamento de mérito.

(Recurso Ordinário nº 2204, de 24.6.2010, de minha relatoria, grifo nosso).

PETIÇÃO. ELEIÇÕES 2006. AÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO POR DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA SEM JUSTA CAUSA. DEPUTADO FEDERAL. PROCEDÊNCIA. [...]

4. A inclusão de litisconsorte necessário no polo passivo da demanda pode ser feita até o fim do prazo para o ajuizamento da ação, estabelecido no art. 1º, § 2º, da Res.-TSE nº 22.610/2007. [...]

9. Pedido julgado procedente.

(Petição nº 3019, de 25.8.2010, Rel. Min. Aldir Guimarães Passarinho Junior).

Dessa forma, tenho como não caracterizada a ofensa aos princípios da segurança jurídica e do devido processo legal, pois, ainda que concedida a possibilidade de emenda, deveria tal providência ser procedida dentro do prazo decadencial.

Na espécie, entendo que a indicação de prazo pelo juízo para citação de litisconsortes necessários, a que se refere o parágrafo único do art. 47 do Código de Processo Civil, não afasta o prazo decadencial expressamente previsto na Res.-TSE nº 22.610/2007, o qual se refere à propositura da demanda e, também, para eventual providência de regularização do polo passivo para inclusão do partido, o qual detém a condição de litisconsorte necessário. (...)"



Ausente, portanto, a citação do litisconsorte passivo necessário no prazo legal, consumou-se a decadência.

Diante do exposto, com base no art. 269, IV, do CPC, julgo extinto o feito, com resolução do mérito, pela consumação da decadência, determinando o conseqüente arquivamento dos autos.

Publique-se.

Registre-se.

Intime-se.

Vista dos autos à Douta Procuradoria Regional Eleitoral.

Expedientes necessários.

Fortaleza-CE, 06 de junho de 2012.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O "ESPORTE"

Campos Sales: Estádio “ O Moraisão” precisa ser reestruturado

O nosso principal equipamento de esporte, referência regional, está a pedir socorro ante a fragilidade de sua atual estrutura física, que requer cuidados urgentes, emergenciais.

O gramado está “surrado” demais, são muitos jogos e infelizmente, desde sua construção até hoje, não se tem conhecimento de uma reforma profunda no campo de jogo e as paredes que o circulam, estão danificadas.

Uma parte da parede que separa o Moraisão do Poliesportivo desabou e ainda bem que não havia ninguém por perto e o fato por si só, deve servir de alerta e de reflexão.

Interditar é a melhor atitude a ser tomada, assim, haveria tempo para uma reforma completa e como foi feito com as quadras do Centro Comunitário e CSU, a comunidade do esporte de Campos Sales e região, teria um estádio em plenas condições de voltar a ter grandes eventos.

Foto: Ely Santos
Fonte: Rádio Três Fronteiras

quinta-feira, 17 de maio de 2012

CONCURSO PÚBLICO

MP solicita isenção de inscrição em concurso em Campos Sales

O Ministério Público do Ceará entrou com uma ação civil pública junto à comarca de Campos Sales para que a Prefeitura do Município seja obrigada a anular o edital do concurso publicado no último dia 3. Representado pelo promotor de Justiça José de Deus Terceiro Pereira Martins, o MP pede que a Prefeitura republique o documento, ampliando o prazo de inscrição e ainda concedendo à população de baixa renda a isenção do pagamento. O pedido foi feito no último dia 15.

concursos.jpgDe acordo com o promotor, o certame, cujas inscrições se encerraram ontem, dia 16, exigia uma taxa de inscrição que variava entre R$ 100 e R$ 300, a depender do cargo, e não concedia isenção total nem parcial para pessoas de baixa renda. A única exceção da isenção era para doadores de sangue, mas, pelo edital, a inscrição para essas pessoas se encerrava no próprio dia de publicação do documento. O MP sugere gratuidade para pessoas nas seguintes condições: desempregados, trabalhadores com renda de até dois salários mínimos, candidatos que concluíram o Ensino Médio em escola pública e beneficiários de programas do Governo Federal.

“O que se quer é garantir àqueles que não têm condições de arcar com a inscrição a sua participação no certame. O fato de o cidadão não possuir recursos suficientes para pagar uma taxa não pode servir como obstáculo à possibilidade de obtenção de uma vaga no serviço público, pois isso afronta o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho (art.1º, incs. III e IV, da CF) e ainda privilegia a classe economicamente mais forte”, argumenta o promotor.


FONTE: Ministério Público Estadual